O Cancro da Mama é o mais comum tipo de cancro em Portugal e tem origem no tecido da glândula mamária, tanto de homens como de mulheres, embora seja comumente mais detetado nas mulheres. Quando detetado cedo, através de rastreios precoces, tem uma taxa de sobrevivência a 5 anos próxima dos 100%, por isso, é extremamente importante continuar a reforçar a importância do autocuidado e do rasteio na prevenção do cancro da mama.
Nos últimos anos, temos vindo a sensibilizar cada vez mais as mulheres (e também os homens) para a importância da palpação, que deve ser feita regularmente em casa, pelos próprios, procurando possíveis nódulos ou saliências na glândula mamária. O diagnóstico precoce, muitas vezes sem existirem até sintomas ou sinais, é muito importante para possibilitar um prognóstico mais favorável da doença e, consequentemente, diminuir os riscos de mortalidade, evitar cirurgias mutiladoras, como a mastectomia radical, e o uso de quimioterapia.
Quando existe histórico familiar é importante realizar ecografias anuais de controlo, um exame seguro e simples que permite ajudar na prevenção. Mais tarde, a partir dos 40 ou 45 anos, dependendo de cada caso, torna-se imprescindível realizar uma mamografia anual ou a cada dois anos. Porém, mais uma vez, recordo a importância do autoexame, que deve ter em conta aspetos como: alterações no tamanho ou formato da mama, dor, sensibilidade do mamilo, retração do mesmo, alterações na pele, secreções ou algum nódulo na mama ou zona da axila.
Entre os fatores de riscos estão os antecedentes familiares, a idade, o excesso de peso, o perfil hormonal ou a exposição a radioterapia. Caso se confirme o diagnóstico, é definido um plano de tratamento mais adequado – Tumorectomia ou mastectomia parcial, Mastectomia total, Esvaziamento ganglionar da axila, Quimio e/ou radioterapia.
O papel do cirurgião plástico na luta contra o cancro da mama entra na fase de reconstrução, nos casos em que existe necessidade de reconstruir a mama. Sabemos, cada vez mais, a importância do fator psicológico na recuperação dos pacientes e, por isso, atualmente, existe o cuidado de pensar também na estética e na reconstrução aquando do plano de tratamento. A cirurgia reconstrutiva é uma opção pessoal das pacientes e é uma opção que lhes deve ser apresentada, delineando-se a melhor estratégia de ação.
A reconstrução mamária não pretende apenas deixar o peito da mulher bonito, prende dar-lhe autoestima, ajudando-a a lidar com a amputação de um membro, que, felizmente, pode ser substituído. A feminidade e a própria sexualidade das mulheres, ao nível visual e de relação com o seu corpo, não devem, por isso, de ser afetadas como acontecia antigamente – embora existam desequilíbrios hormonais e outras questões devido aos tratamentos. Porém, através de técnicas reconstrutivas, como o implante mamário ou a utilização de tecido da própria doente, é possível oferecer um novo alento na luta contra o cancro da mama.
Artigo Publicado na revista Lux Women
O papel do cirurgião plástico na luta contra o cancro da mama – LuxWOMAN