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No mês da consciencialização para o cancro da mama, conversamos com Duarte Salema Garção, médico-cirurgião e diretor clínico da My Clinique, para desmistificar algumas crenças e falar das técnicas de hoje.

Em que momento se começou a interessar pela área da medicina estética e da cirurgia plástica?  

No curso de medicina, desde cedo que me comecei a interessar pelas atividades cirúrgicas devido à sua capacidade de alterar ou curar num único momento e através da nossa intervenção direta. A cirurgia plástica tem a vantagem de tratar qualquer área anatómica, desde a face, aos membros, ao tronco, e torná-la mais funcional ou com melhor aparência, e isso tornou-se muito interessante para mim.

A especialização na reconstrução mamária foi um acaso ou sempre o interessou acima das outras? 

Trabalhando num hospital do SNS a cirurgia reconstrutiva tem prioridade e, infelizmente, há um número importante de pacientes a procurar a reconstrução após a excisão de tumores da mama ou com novos diagnósticos e que pretendem reconstrução imediata. A nossa atividade centra-se muito neste tipo de pacientes e fazemos parte da equipa multidisciplinar que as aborda.

Que técnicas mais inovadoras se fazem hoje, nesta área?

A reconstrução mamária envolve uma série de técnicas que têm sido aperfeiçoadas ao longo dos anos. O potencial da reconstrução com tecido adiposo e com matrizes dérmicas ou tecidos da própria paciente têm permitido melhorar os resultados obtidos.

Quais foram as maiores inovações da plástica em geral, nos últimos 5 anos?

Nos últimos anos, apostámos na reconstrução com tecidos da própria paciente, utilizando menos material aloplástico (como os implantes).

Trabalhou no Hospital de Santa Maria de perto com esta especialidade. Há uma maior articulação em bloco, aquando da remoção dos tumores, com médicos como o Duarte? Que pensam já numa futura reconstrução e bom estar psicológico da mulher?

Ainda trabalho. A equipa reúne-se sempre para tomar a decisão terapêutica em cada caso de cancro da mama. A reconstrução é sempre pensada ao dispor da mulher e quando possível é iniciada no mesmo tempo cirúrgico que a remoção do tumor.

Quais são as especialidades da MyClinique neste domínio?

 Temos uma equipa preparada para oferecer a melhor opção de reconstrução mamária para cada caso. Além disso, também contamos com apoio psicológico, que pode ser importantíssimo nestes casos.

O que considera ser essencial desconstruir, quanto a mitos relativos à reconstrução mamária?

A reconstrução não atrasa o tratamento, nem aumenta a recidiva de qualquer tumor mamário. A reconstrução permite reconstruir uma mama com aspeto natural, embora a mama reconstruída nunca seja igual a uma mama sem doença. Mesmo assim, o papel da reconstrução é muito importante para o bem-estar psicológico da mulher, porque desta forma – e dependendo dos casos -, ela pode nunca se ver amputada nem sentir que parte do que a torna mulher e feminina lhe foi retirado.

Artigo publicado na revista Máxima

“A reconstrução [mamária] não atrasa o tratamento, nem aumenta a recidiva de qualquer tumor mamário” – Outubro Rosa – Máxima (maxima.pt)

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